terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

NOVAS TÁTICAS DE GUERRA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA


MÉDICOS CUBANOS NO HAITI:
A SOLIDARIEDADE SILENCIADA




O orçamento do Departamento de Estado dos EUA para o ano fiscal de 2011 é um documento que merece exame.

Pode ser consultado aqui - http://www.state.gov/documents/organization/135888.pdf

Ele revela, por exemplo, que nesse exercício o ministério da sra. Hillary Clinton pretende gastar mais US$20 milhões para tentar subverter o Estado cubano. Em relação ao querido amigo Uribe, da Colômbia, o State Department é generoso: destina US$203 milhões "para consolidar (...) o combate a grupos ilegais armados". Mas para o devastado Haiti concederam apenas US$146,3 milhões (além de US$19,4 milhões para narcóticos e US$220 mil para "educação militar internacional". Os novos clientes dos EUA, os golpistas hondurenhos, vão receber US$700 mil para a dita "educação militar internacional".

Se um orçamento reflete prioridades, ficamos sabendo melhor o que eles querem.



Artigos relacionados:


Pode parecer um delírio, mas vejam o que diz este grande jornalista português em um de seus artigos recentes:



Miguel Urbano Rodrigues

"A politica da administração Obama ameaça a humanidade"


(...)"Recentes iniciativas do Governo dos EUA confirmam que a actual Administração, longe de renunciar a uma estratégia de dominação mundial, se propõe a ampliá-la em múltiplas frentes.

Aquilo que parecia impossível há um ano está a acontecer: a política externa de Obama é mais agressiva e perigosa para a Ásia, África e América Latina do que a de George Bush. Mas essa realidade não se tornou ainda evidente para as grandes maiorias, influenciadas pela campanha de âmbito mundial que apresenta o presidente dos EUA como um político progressista e um defensor da paz.
Os actos desmentem-lhe, porém, as promessas e a oratória.
Os media ocidentais dedicam atenção mínima a iniciativas que se integram na expansão planetária do militarismo estado-unidense. Mas esse silêncio não impede que ela seja uma realidade." (...)



Que tal o primeiro ano do governo Obama?

Por Emir Sader



http://www.resistir.info/venezuela/imagens/mural_venezuela.jpg


Os desafios do socialismo do século XXI na Venezuela

por William I. Robinson
Professor de Sociologia, Universidade da Califórnia – Santa Bárbara

Editor do diário grego Eleftherotypia

O original encontra-se em http://www.zmag.org/znet/viewArticle/23797

entrevistado por Chronis Polychroniou


PARTES DESSA ENTREVISTA:

(...) 1 - Há histórias alarmantes vindo da Venezuela. A fronteira está a aquecer, está a verificar-se infiltração, nova base militar colombiana próxima à fronteira, o acesso dos EUA a várias novas base na Colômbia e subversão constante. Será que o regime se preocupa com uma possível invasão? Se sim, quem está para intervir? (...)

(...)"Os EUA e a direita na América Latina lançaram uma contra-ofensiva para reverter a viragem para a esquerda ou a chamada "Maré Rosa". A Venezuela é o epicentro de um emergente bloco contra-hegemónico na América Latina. Mas a Bolívia e o Equador e mais generalizadamente os florescentes movimentos sociais e forças políticas de esquerda da região são igualmente alvos desta contra-ofensiva tal como a Venezuela. O golpe em Honduras deu ímpeto a esta contra-ofensiva e fortaleceu a direita e as forças contra-revolucionárias. A Colômbia tornou-se o epicentro regional da contra-revolução – realmente um bastião do fascismo século XXI". (...)


UMA DAS CONCLUSÕES PRINCIPAIS DESSA ANÁLISE -

(...)"Do meu ponto de vista, na Venezuela a maior ameaça à revolução não vem da oposição política de direita mas sim da chamada direita "endógena" ou "chavista" e pertencente ao bloco revolucionário, incluindo elites do Estado e responsáveis partidários, desenvolverão um interesse mais profundo em defender o capitalismo global do que na transformação socialista. " (...)




Por agência Carta Maior:

Susan George repetiu em Salvador o alerta lançado em Porto Alegre: não basta enfrentar a atual crise do capital sem lidar com a degradação do meio ambiente, a grave escassez de comida e as desigualdades sociais. A depressão econômica, disse, está diretamente ligada a múltiplas crises que se agravam nos campos ecológico e social. Na mesma linha, David Harvey afirmou que, mesmo com a crise, um novo processo de acumulação de capital está sendo gerado, que pode fortalecer o atual modelo e levar a uma nova crise ainda pior. A única saída, afirma Susan, é afirmar que “a crise é deles, mas as soluções são nossas”.

30/01/2010




ENTREVISTA COM JEAN LAVALASSE:
O PAPEL DAS ONGs NO HAITI LEVANTA MUITAS QUESTÕES

 ''El papel de las ONG en Haití plantea muchas cuestiones''
TeleSUR _ 29/01/2010

Jean Lavalasse, fotógrafo e documentarista haitiano residente em Bruchelas desde a década de 1970. Lavalasse fala sobre a situação antes do terremoto, o trabalho das ONGs, Barack Obama, Bill Clinton e George W. Bush, os interesses dos EUA, as relações com Cuba, os aviões de médicos sem fronteiras, Aristide, Préval, e o futuro.

Espera um futuro muito duro, afirma que os EUA estão tratando de içar sua bandeira em território haitiano, mas por sua vez afirma: " A estrela estadunidense não será para Haiti. Se um dia Haiti tiver uma estrela, será vermelha como a de Cuba".




PARTE DA ENTREVISTA:

(...) "¿Cómo puede Haití retomar el control de su vida?
Los imperialistas pueden permanecer mucho tiempo, pero nunca definitivamente. Pueden causar destrozos como hicieron en 1915 y en 1934 cuando nos dejaron al ejército de Haití hasta que Aristide lo echó. Si el palacio presidencia se ha derrumbado como un castillo de naipes es porque hay subterráneos que van desde la policía al palacio. Muchos hombres murieron torturados en esos subterráneos por las milicias de Duvalier.
¿Por qué no vuelve Aristide?
Aristide no puede volver ahora, hay demasiados retos y ya no tiene hombres de confianza ni cuadros y los imperialistas ya no lo apoyan. Existen grupos, clandestinos o no, que tienen dinero, que reúnen a mucha gente y que avanzan lentamente. Se trata de distinguir quiénes son nuestros verdaderos amigos y nuestros verdaderos enemigos. En Haití también hay una lucha de clases y una diferencia de percepción entre hombre blanco y hombre negro. Por lo tanto, en Haití hay que establecer todo un trabajo de reconstrucción, tanto física como ideológica. Sea como fuere, Canadá, Francia y Estados Unidos no son nuestros amigos y lo han demostrado.
¿Se convertirá Haití en la estrella número 51 de la bandera estadounidense?
¡Haití nunca sera un Estado estadounidense!
¿Cómo ve usted el futuro?
El futuro será duro, incluso muy duro. Estados Unidos ha tratado de izar su bandera en el aeropuerto de Port-au-Prince, pero Préval acabó con ello. La estrella estadounidense no será para Haití. Si un día Haití tiene una estrella, será roja como la de Cuba. Haiti luchará para recuperar su soberanía, el país es independiente desde el 1 de enero de 1804 y seguirá siéndolo. Como decía Henri Christophe, podemos prender fuego a todo Haití, el imperialismo estadounidense podrá reconstruir, pero esto podrá ser destruido. Volveremos a levantar nuestro Haití sobre sus cenizasÂ…"(...)



QUE LIÇÕES PODEMOS EXTRAIR DESSA ESCLARECEDORA ENTREVISTA?
Não sem razões, como um bom exemplo, a ONG brasileira "viva rio" está no Haiti prestando seus serviços às classes dominantes do mesmo modo que prestou, e presta, aqui no Rio de Janeiro: um eficiênte tampão para desviar as lutas populares para objetivos capitalísticos e meramente simbólicos.

Algumas frases esclarecedoras de Jean Lavalasse nesta entrevista que abre nossos olhos São:

"Un día me dijo un campesino: «las ONG nos dan de comer y los cubanos nos enseñan a pescarÂ…
(As ONGs nos dão de comer e os cubanos nos encinam a pescar)."


"Las ONG tienen un papel político, incluso de la tampón. Kissinger, el gran estratega de la guerra de Vietnam afirma que «si las ONG hubieran existido en la década de 1960 no habría habido guerra de Vietnam».
(As ONGs tem um papel político, inclusive de tampão. Kissinger, o grande estrategista da guerra do Vietnam afirma que: 'Se as ONGs tivessem existido na década de 1960 não teria havido guerra no Vietnam')".




O MILITARISMO E AS GUERRAS VINDOURAS
por István Mészáros 

István Mészáros.